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A tentação

de existir

nascem

os dias 

nascem

o que

interessa

é a forma

como

os

indivíduos

se 

organizam

PARA COMPOR

SOCIEDADES, PARA

SE RELACIONAR

E ASSEGURAR

A ROBUSTEZ DAS SUAS

ACÇÕES.

NÃO SOU EU QUEM O 

AFIRMA, MAS DELEUZE.

ASSIM, TEREMOS O NIHILISTA PASSIVO, ESSE O DA MÁ

CONSCIÊNCIA E AMIGO DAS LEIS. E MAIS?

O NIHILISTA ACTIVO QUE NÃO PRETENDE

COMPROMISSO ALGUM

COM A VIDA, PORQUE A VIDA SERÁ, ELA MESMA, SEM COMPROMISSO.

O QUE É CURIOSO, MAS NADA SURPREENDENTE, É A FORMA COMO DELEUZE CONSIDERAVA OS JURISTAS: «Ces nihilistes-là sont des grands créateurs. Et les juristes sont peut-être les plus grands de tous.»

 

MUITO OBRIGADA.

Lisboa, 22 de Fevereiro de 2019. 00:19 Nem frio, nem calor. 

Neste dia morreram muitas pessoas, como é hábito, e nasceram muitas mais. Embirrava tanto, mas tanto com o Vasco Pulido Valente, um snob que passou por Oxford qual provinciano. Tenho os livros dele. Li-os. Sem sublinhados. Alguns deixei a meio. Outros houve que saltei páginas.  Vou ter saudades desta figura de Lisboa queque. À antiga. Acontecia ler-lhe as artigalhadas e, por vezes, escangalhar-me a rir. O Pulido Valentão acabava por acertar com ele mesmo, odiava o Partido Comunista, tudo na sua presença fazia sentido. Nunca o apanhei contraditado. Saudades dele sem rancor. Sans rancune (creio que detestava o francês e os franceses). O pior do Pulido Valente ainda é a descendência. Os henriques raposo, como se chama aquele da última do Correio da Manhã? Um molde de adolescentes serôdios em pescadinha que faziam dele o nosso Nelson Rodrigues. E o Nelson Rodrigues, atenção, tem muito que se lhe diga. Era e é tudo tão parvo, no limite da cretinice. Só agora percebi que Pulido Valente era o apelido do avô, mas isto não me interessa para nada. Tenho que ou de arranjar uma boa explicação para este meu sentir? Não.  

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