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Freud considerava que les affaires d’argent sont traitées par les hommes tout à fait de la même façon que les choses sexuelles. Com pudor e nojo e prazer porque relacionados com as fezes da criança, um dos mais preciosos bens de entrega à mãe. Lacan referia-se ao dinheiro como símbolo par excellence, un « signifiant maître » qui véhicule en lui la question de l’échange et du don, qui objective et neutralise les effets d’une rencontre. De que rencontre nos fala Lacan? Da que ele descreve da forma mais cínica como era sua característica, de resto reconhecida por Jacques-Alain Miller, mas cito Lacan: « J’ai réussi en somme ce que dans le champ du commerce ordinaire on voudrait pouvoir réaliser aussi aisément : avec de l’offre j’ai créé la demande. »

A pequena-burguesia não fala sobre dinheiro, sobretudo à mesa. É um prazer sujo o que se compreende mesmo sem convocar as eminências pardas que pairam teoricamente sobre este assunto. Freud ou Lacan, estão sempre presentes e tal não depende do nosso conhecimento ou sabedoria. E assim se torna límpido e por gozo direi puro que ao dinheiro se associa o afecto. 

Se te reconheço como meu amigo, amor, meu mais que tudo recompenso-te o mais que possa: «L’argent joue ainsi le rôle de tiers, comme le père, tiers qui a une fonction de séparation qui ouvre à la différence, et à l’altérité ; l’argent participe à un échange où il cet objet qui permet au sujet d’être dans des transactions où la valeur est relativisée.» Não tomei nota do autor destas palavras, mas posso ter sido eu a escrevê-las mecanicamente. 

A ontogénese do interesse pelo dinheiro diverge do falar de dinheiro. Para a pequena-burguesia é, naturalmente, um pedregulho que mal se quebra, à força ou por acaso, liberta-se da sujidade e torna-se um presente, uma prenda afectuosa. Como um beijo bem dado e ainda mais que merecido.

Vou escrever mais uma vez: ontogénese. 

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