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Another walk about, after dark
It's my point of view
If someone could break your neck
Coming up behind you always coming and you'd never have a clue

And now I'm left behind, all the time
I will wait forever, always looking straight
Thinking, counting, all the hours you wait

See you on a dark night
See you on a dark night
See you on a dark night
See you on a dark night

And now another clue, I would ask
If you could help me out
It's hard to understand
Cause when you're really by yourself
It's hard to find someone to hold your hand

And now it's gonna be, tough on me
But I will wait forever
I need someone now to look into my eyes and tell me
Girl you know you gotta watch your health

To look into my eyes and tell me
La la la la la
To look…

O que interessa aqui não é a vítima, mas a sobrevivente.  A que é capaz de se defender, erguer, insistir, não desistir, montar o candeeiro, desmontar a estante, virar a cama com a força toda e o corpo a tremer. Cair de cima, bater com a cabeça na pilha de livros e o coração aos saltos. Rir. Continuar.  Enquanto arrumo como sempre fiz, enquanto me canso e verifico se o que fiz está certo, enquanto leio, sentada no chão, enquanto o televisor me acompanha nas imagens, sons, enquanto bebo água, água, água, enquanto isto tudo e ainda mais, espero pela justa avaliação de uma vida que já vai longa.
Ah, diz a rapariga, mas não parece estar nos sessenta. É verdade que não parece, 
vem da genética, da mãe e da música, humor e da miúda que nunca deitei fora. Não confundir com adolescente que sempre o adulto adolescente me pareceu ridículo. A adolecente foi à vida. Falo de criança, a mesma criança  que desmanchava brinquedos para os ver por dentro, e via e montava, remontava. 
Foram anos estranhos, quase perdidos e alguns completamente gastos.. Dias muito parvos entre pessoas com esquemas, dedicadas aos contactos e à imbecil, pobre existência encostada.  
No meu saco de irregulares quadradinhos encarnados, pele de búfalo, o meu mais amado saco do Rui que afinal me pertence, misturam-se alicates com anéis e brincos, um pequeno 
martelo menos pesado que o anterior. A fita métrica, os  phones iPhones, cadernos, um livro, canetas, as minhas chaves, as minhas chaves inglesas ou sextavadas. Ando com aquilo
sem dar por nada. Com a Grimes dança-se, digo, eu danço descalça como se estivesse sozinha que não estou. Ele há tanto mosquito a alimentar-se do meu pobre corpo. 

Aguardo, pois, pela justa avaliação de uma vida.

 

Aguardo, pois, pela justa avaliação desta vida com a ajuda de quem muito bem me conhece.  Grata.  

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