top of page

Volta a mulher a este palco a propósito da Implantação da República? Não. Acabo de ver no televisor o povo arredado do evento, separado por gradeamentos. O povo do lado de fora dos discursos e dos outros que elegeram e não elegeram para comandar os destinos do país e da cidade. 

Para minha alegria, o Jorge chegou com o antropólogo François Laplantine. NON é o título do seu último livro que vai ser lido, relido e sublinhado à semelhança de todos os livros que interessam. NON é apresentado pelo editor de uma forma atraente, cito: "Ce livre parcourt différentes figures de négation, de refus et de résistance dans lesquelles le sujet revendique une position agonistique. Il réinterroge les nihilismes puis ce que la psychanalyse appelle la négativité et la dénégation, où un non peut vouloir dire oui. Il rencontre sur son chemin l’étrange personnage de Bartleby dont la formule réitérée « je préfèrerais ne pas » brouille encore davantage le travail de l’interprétation. Mais une autre forme de non qui se dit wu en chinois et mu en japonais – que l’on traduit par sans, rien, vide, non-être, néant – va permettre de nous décentrer par rapport aux négations précédentes. Elle ouvre à une pensée de la défection des idéologies dogmatiques du sens et de la vérité, une pensée sans religion, sans transcendance, sans absolu du pouvoir, sans signifiés cachés derrière des signifiants. Or il n’est pas nécessaire d’être chinois ou japonais pour comprendre cette modalité de la négation défective qui préconise le pas, le peu et le moins. Elle est au cœur de la démarche de Manzini, prêtre hétérodoxe qui dans l’Italie de la Renaissance écrit un petit opuscule intitulé Le néant. Nous la rencontrons chez Kafka et également dans ce que Barthes et Blanchot appellent « le neutre » et Kandinsky « le blanc ». Dans le régime de connaissance proposé par l’auteur de cet ouvrage, il convient de se fier à sans croire en, de discerner sans discriminer, d’analyser sans déchirer." Sim. Lacan aparece, naturalmente citado nesta obra brilhante.  
 

Camille Paglia olha para o mundo com wit. Em português poderá dizer-se brilho veloz, mas não chega. Wit não se traduz facilmente e satisfar-se-ão com pouco os que a pouco se habituaram. Os recortes aqui publicados traduzem o pensamento de Camille em forma de entrevista, ou seja, abreviado. Sobre a necessidade da re-presença do homem Camille: "man's deepest fear is fear of woman and her chthonic Nature and he therefore invented reason and science and the transcendent, abstract God of theology/philosophy as a pathetic, hopeless attempt to escape". No entender de Camille, com o meu incondicional apoio, de há muito que os homens não sabem ser homens. Nunca temi insultos soezes, sempre os li ao contrário, de trás para a frente e fico a relembrá-los o tempo suficiente, fora eu mabeco que espera a sua presa debaixo da árvore. Até que um dos dois se canse e morra. Considero esta esperança desesperada uma qualidade. O homem que insulta porque é afastado pela mulher não é digno de perdão ou sequer piedade. Cumpre os desígnios que herdou da mãe. É o homem da mamã o que torna a situação simultaneamente risível, embaraçosa e abisonhada. 

Aos meus arquivos onde tudo entra, chamo um nome. Nome que será título de livro onde apenas entrará o que me parecer importante. Não necessariamente o que aqui escrevo. 

Em próxima página trarei aqui o assunto que muito perturba a pequena burguesia: o dinheiro. Claro que lhe acrescentarei Freud. Afecto e dinheiro. 

bottom of page